O Internacional, em sua rica trajetória, possui capítulos que vão além do futebol, e a Campanha do Tijolo é um desses momentos marcantes que entrelaçam o clube com sua torcida. Neste texto, exploraremos o significado histórico, os detalhes da campanha atual e como ela se conecta com a história do Beira-Rio.
O Beira-Rio: uma jornada gigante começa
Na década de 1950, enquanto o futebol ecoava nos corações dos torcedores do Internacional, uma visão ambiciosa começava a ganhar forma. Ephraim Pinheiro Cabral, vereador de Porto Alegre, propôs na Câmara a doação de uma vasta área de oito hectares ao Internacional.
No entanto, havia um desafio monumental: o terreno proposto ficava dentro do Rio Guaíba, exigindo um aterramento audacioso antes mesmo do início das obras.
Essa proposta visionária foi o embrião da jornada rumo à construção do Gigante da Beira-Rio.
A visão de Ephraim Pinheiro Cabral deu o pontapé inicial para um projeto que transcenderia as linhas do campo de futebol, transformando-se em um ícone que simbolizaria não apenas o Internacional, mas a paixão de uma cidade e sua torcida fervorosa.
O aterramento, necessário para transformar um pedaço do Rio Guaíba em solo firme, representou o primeiro grande desafio logístico dessa jornada épica. Máquinas, trabalhadores e a esperança dos torcedores se uniram para moldar a base do que viria a ser o Beira-Rio, um estádio destinado a marcar a história do futebol brasileiro.
A partir desse momento, a saga para erguer o Gigante da Beira-Rio se desdobrava em capítulos que combinavam engenharia, paixão clubística e uma visão coletiva de grandiosidade.
José Pinheiro Borda: O líder na construção do gigante
José Pinheiro Borda, figura fundamental na história do Inter, foi o presidente da comissão que liderou as obras do Beira-Rio. Sua visão e determinação foram cruciais para transformar o projeto em realidade. O Gigante não seria apenas um estádio, mas um ícone que refletiria a grandiosidade do Internacional.
A eterna Casa dos Eucaliptos e a necessidade de um novo lar
Antes do Beira-Rio, o Internacional brilhava no Estádio dos Eucaliptos. No entanto, o desgaste após décadas de história tornou evidente a necessidade de um novo lar para o Clube do Povo. A proposta do Gigante da Beira-Rio começava a ganhar forma, e a torcida colorada abraçava a ideia com entusiasmo.
A campanha por materiais, anterior a Campanha do Tijolo: torcida e construção de mãos dadas
A construção do Gigante não foi apenas um projeto de engenheiros e operários; a torcida teve papel fundamental. Campanhas por rádio convocavam colorados e coloradas a doar materiais como tijolos, cimento e ferro.
A mobilização era intensa, evidenciando que o Gigante seria construído não apenas com concreto, mas com a paixão dos torcedores.
O duro ano de 1965: desafios financeiros e a perda de um líder
Em 1965, a construção do Beira-Rio enfrentou um grande revés. A falta de recursos próprios levou à paralisação das obras, exigindo a intervenção do Banco da Província.
O ano também marcou a perda de José Pinheiro Borda, líder incansável da comissão. A dor da despedida impulsionou a torcida a continuar a obra em homenagem ao seu líder.
O gigante renasce em 1969: inauguração e despedida dos Eucaliptos
O árduo trabalho da comissão e o apoio da torcida culminaram na inauguração do Gigante em 6 de abril de 1969. O novo estádio, com sua imponência e modernidade, era um marco não apenas para o Internacional, mas para o futebol brasileiro.
Às vésperas da inauguração, o Inter se despediu dos Eucaliptos com uma emocionante goleada, simbolizando o encerramento de uma era.
O seu nome no gigante: a nova Campanha do Tijolo
Em uma homenagem à história da construção do Beira-Rio, o Internacional lança a campanha “Seu Nome no Gigante”.
Inspirada na mobilização dos torcedores no passado, a iniciativa permite que colorados e coloradas deixem sua marca no estádio, literalmente gravando seus nomes em tijolos. Uma oportunidade única de unir o presente à história gloriosa do clube.
Os Detalhes da Campanha do Tijolo: Tijolos, Preços e Paixão Colorada
A Campanha do Tijolo ofereceu diferentes tipos de tijolos personalizados, desde o vermelho com placa de latão nobre até o cinza com placa de aço inox. Os preços variavam, com descontos especiais para sócios, destacando a importância da relação entre o clube e seus membros.
A expectativa da diretoria era de vender 40 mil tijolos em três meses, um desafio que reflete a paixão e o comprometimento da torcida.
O legado da Campanha do Tijolo
A Campanha do Tijolo não foi apenas sobre construir pavimentação; foi, portanto, sobre construir memórias, honrar a história e fortalecer os laços entre o Internacional e sua torcida.
Assim como em 1969, a união de colorados e coloradas foi a força motriz por trás desse projeto, e cada tijolo, da Campanha do Tijolo, gravado é um testemunho do comprometimento eterno com o Gigante da Beira-Rio.
